Guerra das Raças: uma fantasia que nos ensina a superar as diferenças

Foram poucos os livros nacionais que li até o momento, isso mais por falta de oportunidade e indicações do que outra coisa, porque todas as vezes que me deparo com algum, nunca me decepciono, e desta vez não foi diferente. O livro Guerra das Raças: a caça de desertores, obra de estreia do autor Daniel Jahchan, foi minha última leitura e, com toda a simplicidade da história conseguiu me deixar encantada.

Quase seis séculos se passaram desde a queda dos donmen. Com eles, a Ordem Igualitária das Raças foi destruída. Seis séculos mergulhados na maior guerra da história. Humanos, elfos, orcs e anões, todos são apenas soldados. Apenas peões na guerra entre angeli e daemon pelo poder. A única coisa que importa na guerra é o lado pelo qual se luta. Mas o mal cria, sem saber, o seu maior inimigo. Distante da guerra, a esperança vive. Um casal de irmãos, aos poucos, vai descobrindo a verdade sobre sua origem. Guiados por um ser mágico, que todos acreditavam estar extinto, seriam eles capazes de unir novamente as raças para contra-atacar aqueles que os oprimiram durante séculos? Para os apaixonados por fantasia e mitologia nórdica, Guerra das Raças – A caça aos desertores garante uma ótima leitura. Aventure-se nessa história cheia de contratempos e personagens cativantes.

Guerra-das-Raças-headerNarrada em terceira pessoa, a história se passa em um mundo dominado pela guerra entre angeli e daemon, após a queda dos donmen e o fim da Velha Ordem. Período em que as raças haviam superado suas diferenças, mas não mais o fazem. Anões, orcs, elfos e humanos, até os que há muito deixaram a guerra, ainda nutrem entre si o ódio semeado por esta. Pelo menos, isso é o que acontece fora do Vale, um vilarejo onde todas as raças conseguem conviver em paz, que a guerra não conseguiu alcançar, para onde vão aqueles que ela querem deixar, e onde vive Ikarus, um menino de 14 anos, que por sorte nunca precisou vivê-la, e que, juntamente com seus amigos Luke, Théo e Adele, protagoniza a história.

Desde o início, o enredo conseguiu captar minha atenção, mesmo que não fosse nada inovador, do tipo que me levasse a pensar  nunca ter lido algo parecido, mas aguçou minha curiosidade, e o carisma dos personagens me fizeram querer saber o que viria a seguir. Além de, quando digo que não seja algo inovador, não quero dizer que seja uma “cópia”, apenas que alguns dos ingredientes prontos para o gênero estão presente. Assim como algumas influências de Tolkien e Martin, o que acredito ser comum em diversas fantasias que se passam no período medieval.

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A simplicidade na escrita e o fato de ser voltado para o público juvenil me surpreendeu, já que é um daqueles casos onde menos é mais, e apesar do público para o qual é voltado, em momento algum a história tornou-se boba, ela se encaixava muito bem para as diferentes idades, assim como no caso de Harry Potter, que em seus volumes iniciais também era denominado um livro juvenil.

Os capítulos são curtos e de nome autoexplicativos, uma tática que pode tanto incomodar, quanto agradar, depende do tipo de livros que a pessoa lê ou já leu, a história tem um rápido decorrer, não apressado, mas não faz muitos rodeios ou suspense, e diversos acontecimentos importantes. A consistência do autor e a atenção dos detalhes, apesar da agilidade, também ganhou vários pontinhos, porque não encontrei buracos e fatos sem explicação. Pelo menos não sem que fosse sua intenção.

Todos os personagens conquistaram meu coração, desde os protagonistas aos secundários, sem exceção. Cada qual com sua personalidade e modo de ser, mas Zia, a irmãzinha de Ikarus foi de longe a coisa mais fofa desse livro. Ela é o tipo de criança que não tem como não se encantar.

A questão do racismo abordada de uma forma diferente e em um tipo bastante popular de leitura também é importante, faz com que as pessoas reflitam essa questão social e procurem as razões pelas quais ela ainda existe, como é infundada e pode ser prejudicial, de um modo indireto. E ter isso em algo voltado para crianças, além de mostrar como estas, com sua inocência, podem ser de grande ajuda para colocar um fim nessa situação.

Guerra das Raças foi uma boa leitura e, com toda certeza, merece uma chance. Seja das pessoas que gostam do gênero, ou qualquer outra. Gostei bastante desse primeiro volume, e sem sombra de dúvidas lerei um segundo e saber o que vem em seguida para Ikarus, Luke, Adele e Théo.

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Nerd: Ana Giese

A louca com compulsão obsessiva em comprar livros e estudante de jornalismo! Que ama Harry Potter, se apaixona constantemente por personagens fictícios e passa 14 horas assistindo Netflix. Pelo menos sabe precisar de uma visitinha ou duas ao psicólogo!!

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