Humilhação, Redenção e Sangue em O Cavaleiro da Morte – Crítica (Crônicas Saxônicas)

Sinopse: São tempos terríveis para os saxões. Derrotados pelos vikings, Alfredo e seus seguidores sobreviventes procuram refúgio em Æthelingæg, a região a que ficou reduzido o reino de Alfredo. Aí, encobertos pela neblina, viajam em pequenos barcos entre as ilhas na esperança de se reagruparem, e encontrarem mais apoio. Ao reunir o Grande Exército, os vikings têm apenas uma ambição: conquistar Wessex.
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Ao iniciar a crítica de O Último Reino, primeiro livro da série Crônicas Saxônicas, deixei claro a urgência de uma obra que tivesse a capacidade de suprir o hype existente pela proximidade da incrível e, até o momento, insuperável sexta temporada de Game of Thrones. E de forma injusta, a desculpa para a leitura do segundo volume da saga, O Cavaleiro da Morte, foi suprir a depressão que o final da temporada de GoT trouxe.

Injusto pois, além de tratar-se de um contexto totalmente diferente, as Crônicas Saxônicas possuem sua própria e excelente série produzida pela BBC, chamada The Last Kingdom. Mas um aviso para aqueles que preferem ler a obra de Bernard Cornwell antes de iniciar a maratona dos 10 episódios produzidos até agora: a primeira temporada engloba os dois primeiros volumes das crônicas (O Último Reino e O Cavaleiro da Morte). Portanto, termine de ler esta crítica e corra para as páginas escritas por Cornwell.


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Após a derrota de Ubba Lothbrokson, figura que impunha o medo a Uhtred desde sua infância, o mesmo age de forma errada e vai atrás de sua família, deixando Alfredo acreditar que Odda havia realizado a proeza de derrotar o temível líder viking. Ao retornar para reclamar seu feito, Uhtred entra em conflito com Alfredo e acaba sendo punido e humilhado por sua ação impensada.

A partir de tal ponto acompanhamos Uhtred tentando reencontrar-se no mundo em que vive, tentando descobrir qual lado é mais forte em sua personalidade, o dinamarquês ou o inglês. Durante sua jornada, o jovem herói conhece personagens fortes e marcantes como Asser, Eanfled e Pyrlig, além de fortes presenças femininas marcantes para a formação de Uhtred, como Iseult e Hild.

Outro grande destaque da obra encontra-se em Alfredo, antes considerado uma figura imponente e inquestionável, o rei acaba mostrando um lado mais humano e frágil, decorrente de acontecimentos do início do livro que culminarão para o estreitamento dos laços entre o lendário herói inglês e o jovem protagonista dos livros de Bernard Cornwell.

Para os fãs da conhecida violência e das detalhadas batalhas nos livros do escritor, batalhas, mortes e sangue não faltam no segundo volume da série, tendo como destaque a emocionante batalha de Ethandun.

Bernard Cornwell, com sua já conhecida fórmula de criar best-sellers, novamente prende o leitor de maneira viciante, conduz e amarra bem a história do protagonista e deixa a todos, incluindo aquele que escreve esta crítica, procurando por algo que possa substituir a ausência de mais uma obra prima da literatura. Pelo menos até o próximo volume.

Nota-do-crítico-5

Nerd: Rafael Teodoro

Leitor sem restrições e jogador de final de semana, busco conhecimento, mas nem toda sabedoria me procura. Não me defino por rótulos, pois não entendo o que eles significam. Me considero, apenas, um apreciador da cultura geek.

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