O Significado Dos 5 Movimentos | The OA

Fala galerê, tudo bem com vocês?

The OA já acabou, mas deixou muitas perguntas para serem respondidas e, ao que parece, as respostas vão depender da maneira como você Featured_the_oaquer encarar a história; foi tudo mentira? The OA é maluca? O cara do FBI é infiltrado de alguma organização secreta? Mas apesar destas perguntas, o que venho trazer para vocês hoje não é exatamente uma teoria para acalmar seus corações aflitos, é mais uma especulação de uma conjuntura a qual cheguei depois de um tempo sem assistir à série.

Todos sabemos que The OA trabalha bastante com o assunto Experiência de Quase Morte e um tanto de espiritualidade também. Os passos de dança, que se revelam instrumentos transformadores para os personagens torturados se transformarem em anjos salvadores, foi uma decisão fantástica da produção (suspeito que aí tenha o dedo do Ryan Huffingyon, coreógrafo da Sia).

Não podemos negar que há sim algo de comum entre Sia e a dança de The OA. Os clipes da cantora são sempre a visualização da mensagem que ela tenta passar em suas letras, e a manifestação audiovisual disso é representada pela dança contemporânea. Você já deve ter visto um vídeo onde é mostrada a cena final da série, só que com uma música da Sia por cima, e não é coincidência, porque os clipes da cantora são transcendentes assim como aquela última sequência de The OA.

E, assim como os protagonistas dos clipes falam com o espectador através dos passos de dança, o mesmo acontece com a última cena da série.

O Que São os 5 Movimentos?

Agora precisamos, obviamente, falar de morte e inevitavelmente do modelo de Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra suíça que apresentou os conhecidos 5 estágios do luto: Negação -> Raiva ou Frustração -> Barganha -> Depressão -> Aceitação.

Na série os cinco movimentos representam os 5 principais estágios do luto. Agora peguem sua pipoca e abram a cabeça para o que vem a seguir, porque você vai precisar fazer um esforço para enxergar o que eu enxerguei, ok?

 

Primeiro Movimento – Choque/Negação (com um pezinho na Raiva)

Quem já perdeu um ente querido sabe que é impossível acreditar no começo. Você procura por uma explicação para o que viu ou ouviu. Seu coração parece parar, você pensa que é um pesadelo, que ouviu errado, que alguém vai sair de algum lugar dizendo que é tudo mentira. Esse é o choque e a negação, um atrás do outro.

Na dança, esses estágios são representados no primeiro movimento, quando vemos Prierie engolir algo e logo depois cuspi-lo. Nós engolimos,  com grande dificuldade, a informação que foi dada, por isso praticamente o punho inteiro entra na boca; é algo difícil de aceitar, então você o rejeita, cospe para fora, nega.

Ainda no primeiro movimento, vejo o aparecimento da raiva, quando as mãos se movem à frente da boca, como se estivéssemos gritando, logo depois, os braços se esticam à frente, pedindo distância, para logo depois batermos no peito, demonstrando a agressividade.

 

Segundo Movimento – Raiva/Frustração

Depois pensamos que poderíamos ter evitado aquilo, que a pessoa que partiu poderia ainda estar aqui se tivesse dito outra coisa, feito algo diferente. Sentimos raiva de nós mesmos, da situação, da pessoa que perdemos.

Nos movimentos, percebemos novamente as mãos à boca, como um grito de raiva, que desce para o peito e depois se expande conforme abrimos os braços. O movimento que mais representa este estágio, na minha opinião, é o último; a mão se afastando do coração enquanto nós a olhamos, para logo depois trazê-la de volta ao peito, tomando como nosso esse sentimento. A mão que se estende atrás do corpo parece a imitação profana de um pássaro que tenta voar, mas ainda não consegue, pois está pesado, não sabe seguir em frente. A mímica da frustração

 

Terceiro Movimento – Barganha

Essa parte é caótica, quando tentamos enxergar o lado positivo da situação, para conseguirmos lidar com tudo. Fazemos listas de possibilidades, tentamos consolar a nós mesmos para que nosso coração fique mais leve.

Este movimento nos mostra que ainda estamos machucados (recebemos uma punhalada e estamos tentando superá-la). A o movimento de vai e vem dos braços ao rosto, terminando por cobrir nossos olhos, nos mostra que estamos tentando fabricar algo para que possamos superar, tentando enxergar o lado bom de tudo.

 

Quarto Movimento – Depressão

Nos sentimos sozinhos, desamparados. Percebemos como aquela pessoa nos faz falta, e agora ela não está aqui para saber como era importante para a nossa vida. Nós sentimos a dor ao máximo. Tudo perde a cor e percebemos que uma parte de nós se foi, e que esse sentimento é tudo que existe no momento.

O movimento nos mostra culpa e dor; estamos nos mal tratando, o que no quarto movimento é demonstrado como socos contínuos na barriga.

 

Quinto Movimento – Aceitação

Já passou. Acabou.

A dor foi algo terrível, que agora faz parte de você, mas com a qual é possível conviver, e se lembrar daquela pessoa sem sentir como se você estivesse se afogando. É a bem-vinda bonança que esperamos, o bálsamo que acalenta nosso coração e nos deixa mais leves e mais sábios no fim. 

O quinto e último movimento é o mais sereno de todos, e é a clara aceitação da morte. Mostra olhos sendo gentilmente fechados para o descanso, com um suspiro de alívio e a emoção de perceber que tudo vai ficar bem, apesar de tudo.

Novamente um suspiro, e as mãos sobre coração, que representa a aceitação depois de uma batalha interna com nossos próprios sentimentos.

Já passou. Acabou. Vai ficar tudo bem.

 

E aí? O que achou da minha interpretação? Faz todo sentido? Loucura demais?

 

P.s.: Um agradecimento especial à Heloyse Souza pelo vídeo no Youtube que me ajudou a fazer a matéria 😉

Você também pode conferir a crítica que o Carlos fez sobre The OA no vídeo abaixo:

 

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Nerd: Beatriz Napoli

Devoradora de livros, publicitária apaixonada, tem dois pés esquerdos e furtividade 0 para assaltar a geladeira de madrugada. Se apaixona por personagens fictícios com muita facilidade, mas não tem dinheiro para pagar o psiquiatra que obviamente precisa.

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