Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar tira Jack Sparrow dos holofotes

Me lembro de ficar surpresa em 2003, ao descobrir que o filme Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra era uma produção da Disney – empresa famosíssima por seus longas teens e de tons mais infantis. O primeiro filme foi um marco em águas não exploradas (sim, isso foi um trocadilho).

Depois de mais dois filmes seguindo as aventuras do famoso Capitão Jack Sparrow, o quarto longa, Navegando em Águas Misteriosas, lançado em 2011 desenganou muita gente por ter perdido a pegada inicial. Sinceramente, para mim, aquele filme foi um fracasso; a história não foi interessante e os personagens não eram fortes o bastante para sustentarem o próprio papel *cof cof Phillip e Serena cof cof*

Em Piratas do Caribe – A Vingança de Salazar ainda temos nosso querido capitão, porém não como a estrela do show, pois ele acaba dividindo atenção com outros personagens, Henry e Carina. Este primeiro, já vem preparado com um background (história) que podemos reconhecer e aceitar, porque ele vem de personagens que conhecemos dos outros filmes, e sua ‘companheira de aventura’ tem sua história revelada depois.

Na trama, Henry busca o Tridente de Poseidon, que tem o poder de quebrar absolutamente qualquer maldição dos mares (aaaah, se Davi Jones e Calipso tivessem conhecimento disso, ein?) e, para isso, vai precisar da ajuda de Carina Smyth, uma astrônoma que é a única pessoa capaz de ler o mapa e descobrir onde o Tridente está, porque o caminho está escrito nas estrelas. (estranho nenhum dos piratas saber ler as estrelas? MUITO, mas enfim)

Como é mostrado várias vezes no filme, Jack já não é o grande pirata reconhecido de antes, as pessoas parecem ter perdido a fé nele, e o próprio capitão perdeu seu navio e tripulação há algum tempo. Para piorar, acaba tendo que fugir de um antigo inimigo que quer se vingar dele (te dou uma chance de adivinhar o nome do inimigo).

Toda essa linha de trama com um grande vilão amaldiçoado procurando por vingança, já é conhecida como sendo elemento da franquia. Mas o que tornou o filme bem menos complexo, é o fato de que a vingança de Salazar não tem nada a ver com o objetivo principal, que é quebrar a maldição com o tridente de Poseidon. Achei muito estranho o temido capitão do Maria Silenciosa não ter conhecimento nenhum sobre o tridente, e sobre o que ele faz. É estranho pensar que ele queira vingança de Jack Sparrow por ter amaldiçoado a ele e sua tripulação e não procurar descobrir o que a porcaria do tridente faz! Porque, olha só: ELE QUEBRA MALDIÇÕES! Assim, Salazar poderia deixar de ser aquele monstro de fumaça e continuar com sua vingança contra Jack.

O filme nos mostra a razão de Salazar querer sua vingança, mas não convence o público (eu) de que sua raiva é tão grande assim. Ele não nos faz sentir medo, como aconteceu com Davi Jones. Não conseguimos acreditar na sua convicção com tanta facilidade com que entendemos o homem-polvo e suas motivações.

Piratas do Caribe A Vingança de Salazar teria tomado proporções maiores e bem mais convincentes se o mocinho e o vilão tivessem o mesmo objetivo. Cara, até Navegando em Águas Misteriosas tinha antagonistas que queriam a mesma coisa, tanto vilão principal quanto secundário: Barba Negra queria roubar os anos de vida de Jack na Fonte da Juventude para poder sobreviver a uma profecia; Jack queria ir á fonte justamente para conseguir se tornar imortal; a companhia marítima espanhola queria ir à fonte para destruí-la por ser algo profano. Mas na Vingança de Salazar, nós não temos isso; Henry quer o tridente para interesses próprios, Jack simplesmente está ali, junto dele. E Salazar quer sua vingança e não quer nem saber de tridente nenhum.

O filme se valida de várias revelações para angariar peso emocional no público. Eu mesma fiquei emocionada em várias partes, mas mais por conta da nostalgia do que por crédito de uma história bem escrita.

tumblr_oeg8s8bfG11r74nq4o7_400Resumidamente, apesar de o filme ter fechado um círculo, oferecendo respostas à perguntas deixadas em outros filmes, e até respondendo à algumas que não necessariamente precisavam de uma explicação, um ponto na trama ficou confuso:

Se Carina é a única que consegue ler o mapa, ninguém precisaria de Jack Sparrow. Henry só precisaria arrumar um navio, porque ele mesmo tem experiência como marujo e sabe pelo menos o mínimo necessário para navegar. Ele só vai até Jack Sparrow, porque acha que precisa dele para encontrar o Tridente e também por pedido do próprio Salazar. Não existe profecia dizendo que Jack Sparrow é o único que pode manejar o tridente, ou seja, não precisamos dele de novo. Não existe nada que justifique Jack Sparrow na trama, a não ser Salazar. Sem eles, teríamos um filme  muito bom com um homem e uma mulher em busca do Tridente de Poseidon para quebrar uma maldição.

Saí do cinema extasiada por conta das revelações no meio da trama, e só depois fui perceber que Jack Sparrow foi um sidekick que se manteve em águas rasas o filme todo (sim, foi outro trocadilho, desculpa).

Pode parecer estranho dizer isso agora, mas eu recomendo o longa, apesar de tudo que eu disse, porque é sim um filme divertido e cativante, além de ter efeitos especiais muito bons e cenas de ação sensacionais. Não tem uma trama de explodir os miolos, mas é divertido para aqueles que acompanharam desde o início e gostam, especialmente, do nosso Capitão Jack Sparrow.

Ah! E segura seu surto de fanboy/fangirl no final ein! hehehe 😉

Nota-do-crítico-4

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Nerd: Beatriz Napoli

Devoradora de livros, publicitária apaixonada, tem dois pés esquerdos e furtividade 0 para assaltar a geladeira de madrugada. Se apaixona por personagens fictícios com muita facilidade, mas não tem dinheiro para pagar o psiquiatra que obviamente precisa.

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