Precisamos falar sobre Anne with an E!

Talvez você já tenha visto essa ruivinha pela Netflix e, assim como eu, se rendeu à curiosidade de saber o que ela tinha de especial por trás daqueles olhões azuis de quem vê o mundo diferente das pessoas ao seu redor. Ou, talvez, tenha passado batido, e não tenha se dado conta de que Anne With An “E” seja uma série que vale a pena conhecer. E é com você que venho falar hoje, para te dar a oportunidade de saber um pouco mais sobre Anne e sua imaginação sem limites.

SINOPSE: Anne retrata o amadurecimento de uma garota que enfrenta adversidades e desafios para encontrar seu lugar no mundo e ser amada. Ambientada na ilha de Príncipe Eduardo no final do século XIX, a série acompanha a vida de Anne Shirley (Amybeth McNulty), uma jovem órfã que, após uma infância de abusos entre orfanatos e casas de estranhos, é enviada por engano para viver com um casal de irmãos em idade avançada. Com o passar do tempo, a pequena garota de 13 anos transforma a vida de Marilla (Geraldine James), Matthew Cuthbert (R.H. Thomson) e de toda a cidade com seu jeito extrovertido, sua inteligência e imaginação brilhante. As aventuras de Anne abordam temas atemporais e de atual relevância como identidade, feminismo, bullying e preconceito.

Mas, tendo assistido à série ou não, talvez você tenha visto algo pelo seu feed no Facebook sobre a criadora da série, Moira Walley-Beckett, estar pedindo a ajuda dos fãs de Anne para ajudarem na divulgação da série, que pode correr o risco de ser cancelada – com apenas 2 temporadas lançadas. O que é uma grande injustiça, pois Anne tem tudo para ser um grande sucesso, e merece mais do que a Netflix está oferecendo no momento. Então, fãs da série, uni-vos para espalhar a palavra de nossa raposinha!

1. Anne Gilmore.

Não, esse não é o sobrenome dela… Mas bem que poderia ser! Cheia de vontades, independência e com um talento para usar suas palavras afiadas em segundos, ela fará você pensar que Lorelai Gilmore teve outra filha, tão tempestuosa e tagarela quanto ela.

Anne está longe de ser uma garotinha comportada, conformada e obediente, como era o esperado por todos de sua época. Ela é curiosa, inteligentíssima, engraçada, teimosa, criativa, dona de uma imaginação infinita e de um gênio tão forte quanto o vermelho de seus cabelos – que ela odeia. Aliás, ela se acha uma garota feia e sem graça, e seu maior sonho era ser uma linda princesa – como a Princesa Cordélia, que povoa suas brincadeiras de faz-de-conta, uma bela princesa que usa as mais finas sedas e que não é julgada por sua grande sede de conhecimento e empatia pelo mundo à sua volta. Mas, apesar de não conseguir controlar suas fantasias ou sua língua, Anne é uma garota amorosa, que teve um passado infernal (que nos é revelado aos poucos em seus relatos e lembranças), e que agora só quer sentir que pertence à sua nova família, que a aceitem com todas suas peculiaridades – que por vezes se provam valiosíssimas para a resolução de diversos conflitos entre os moradores de Avonlea.

2. Muito além de Anne…

Eu sei, eu sei. Até agora eu só falei dela, não é?! Mas a série vai muito além de Anne, e nos traz diversos personagens cativantes, cada um com sua própria história, bagagem emocional e dilemas. É impossível não se importar com as questões pessoais das pessoas que fazem parte da vida de Anne – desde sua nova família, os amigos que ela conquista ao longo do caminho e até mesmo pessoas insuportáveis como seu professor.

Somos envolvidos numa trama com infinitas possibilidades, e a série nos prende ainda mais nunca entregando tudo de uma vez. Somos apresentados aos personagens aos poucos, e somos constantemente surpreendidos por novos sentimentos por cada um – afinal, não existe essa de “pessoa boa, pessoa má”. Cada um tem seus defeitos e qualidades, e a dualidade do caráter humano e conflitos pessoais é bem trabalhada.

3. Feminismo, bullying e preconceito.

Quer mais, @? Nós temos mais! Além de Anne ser uma garota porreta e do plot bem construído e emocionante desde o primeiro episódio, a série ainda trata de assuntos que, infelizmente, são problemas que vivemos até nos dias atuais. Como já citei, Anne passou por poucas e boas quando estava no orfanato, mas não foi só porque saiu dele que sua vida se tornou mil maravilhas. O bullying e o preconceito ainda são fortes em sua vida, por ser ruiva, por ser órfã, por enxergar o mundo de um jeito diferente. E não para por aí – o preconceito é mostrado por outros pontos de vista, como o preconceito racial, machismo, homofobia, antissemitismo… A série levanta questões de extrema importância para nossa sociedade, e nos mostra como o ser humano resiste às mudanças e ao desconhecido desde sempre, preferindo muitas vezes a ignorância do que a aceitação.

Em uma época que a mulher deveria abaixar a cabeça e fazer o que lhe mandam, Anne empina o nariz cheio de sardas e enfrenta todo o negativismo com sua coragem, inteligência e teimosia. Ela quer ser mais do que esperam dela, e ela sabe que pode, sim, ser mais. Ela não entende nem aceita os limites impostos por uma sociedade hipócrita, e toda essa resistência influencia as mulheres que fazem parte de sua vida, e acompanhar as consequências de tais desobediências é encorajador!

4. Gosta de bons atores mirins? Aqui tem de baciada.

Dá vontade de adotar não só a Anne pra fazer parte da nossa família, mas sim boa parte das crianças que fazem parte da série! Amybeth McNulty é brilhante como Anne, mas não é a única a conseguir incorporar a personagem, dando-lhe vida e uma autenticidade e capaz de nos encantar. Lucas Jade Zumann (que interpreta Gilbert, o crush da nossa mocinha) é um fofinho que encarna o cavalheiro-mirim quase perfeito. Dalila Bela (Diana, a melhor amiga da ruiva) também dá um show, assim como sua irmãzinha. Temos Aymeric Jett Montaz (Jerry, o ajudante de Green Gables), Cory Gruter-Andrew (Cole, um dos verdadeiros amigos de Anne)… Ufa! E a lista não acaba por aqui, mas já deu pra ter uma ideia, né?

Mas, sério, eu sempre tive um pé atrás com séries cheias de crianças, mas aqui mergulhei de cabeça. Não devem nada para os atores de Stranger Things ou IT (que são meus preferidos, hehe!). Conseguem desempenhar seus papéis de forma carismática e convincente, sem forçar a barra, deixando toda a história ainda mais apaixonante.

5. Dá pra maratonar tranquilamente!

A série só tem 2 temporadas lançadas até o momento, sendo que a primeira tem apenas 7 episódios, e a segunda, 10. Não tem desculpa pra não sentar no sofá com a família, o crush ou o gato e assistir tudo de uma vez! Sério, aqui em casa eu e minha mãe devoramos a primeira temporada, nem percebemos que já estávamos na segunda! Os episódios tem uns 40 minutos, mas não são nada arrastados – muita coisa sempre acontece em cada um, o que os torna dinâmicos e nada cansativos.

Agora não tem desculpa! Você já sabe quem é a Anne, sabe que ela vale a pena, sabe que tem na Netflix e sabe que vai curtir, não é?! 😉 Hora de assistir e, depois de se apaixonar por ela e por sua história, compartilhar com a família e amigos para salvar a série!

Conto com a ajuda de vocês 😀

Nerd: Evelyn Trippo

I just have a lot of feelings, e urgência em expressá-los. Tradutora (formação e profissão), aspirante a escritora e estudante de projetos em games. Pára-raio de nerds, exploradora de prateleiras em sebos e uma orgulhosa crazy pet lady.

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