O ano era 2004, eu estava comemorando o meu aniversário de 10 anos e amigos meus trouxeram um cd de instalação de um jogo para o meu pc. Coloquei o cd, instalei, a internet banda larga tinha acabado de ser apresentada para mim, então eu poderia utilizar a internet a qualquer hora do dia. Fui até o site, criei a minha conta, e joguei, joguei muito.
Joguei muito por 7 dias muito felizes.
E então… Eu descobri que precisava pagar uma mensalidade… Mas, uma criança de 10 anos não tinha dinheiro e meus pais não achavam que seria uma boa ideia pagar para que eu jogasse algo no computador… então comecei a fazer outras contas, jogar mais 7 dias, e assim por diante. Até descobrir os servidores “alternativos” que não cobravam mensalidade…
Bom, esse foi o começo da minha experiência com Ragnarök.
Então, quando eu fiquei sabendo, no fim do ano passado, que Ragnarök iria voltar, dessa vez para celulares. Eu fiquei muito animado! Muito mais animado do que eu deveria, acho… Por agora já estar calejado de jogos Free to Play, eu já deveria ter imaginado o que viria a ser Ragnarök Mobile Eternal Love.
O golpe na nostalgia foi forte.
O suficiente para que eu me blindasse de olhar notícias, e não fosse atrás de mais nada até o lançamento mundial do jogo. Bom, ele veio, e vamos falar rapidamente.
É Ragnarök Online… Mas não é…
Está lá… A essência está presente, todas as classes, o mundo, os personagens, as quests. Meus olhos marejaram de leve ao ouvir as músicas tema do menu inicial e de Prontera. Mas algo não estava lá… O jogo não é mais o MESMO Ragnarök de 15 anos atrás, e nem deveria ser, já que de lá pra cá tivemos muitas evoluções nos MMORPGs, World of Warcraft revolucionou o gênero em 2006, mas, quando passamos a primeira camada do jogo e deixamos a nostalgia de lado um pouco, é mais um MMO Mobile…
Cheio de Gachas (loterias pagas de itens), micro transações, um sistema de combate que normaliza os Bots (que foram apontados como uma das causas da decadência do jogo original, junto com as microtransações). Mas segue o modelo de jogos de MMO de celulares. Com a sensação de que há uma skin de Ragnarök por cima.
O que mais me incomodou, entretanto, é o limite de “Minutos em Combate”, eu ainda não entendi bem como isso vai funcionar, mas você tem um limite de tempo que pode ficar em combate diariamente, isso é para evitar jogatinas intermináveis? Não fez muito sentido, mas a ideia de algo existir como um limite que me parece no mínimo desnecessário, incomoda um bocado.
Nem tudo são problemas, como falei, a dose de nostalgia é grande, as músicas originais constroem o clima do jogo clássico, a inserção de um modo câmera dá um gostinho a mais de vida nesse mundo.
O lançamento mundial foi feito no dia 09/01 mas o jogo já estava rodando pela Ásia e foi trazido para o Brasil totalmente traduzido. Espero, é claro, estar errado, e que Ragnarök M Eternal Love se prove um bom jogo e sucessor espiritual do MMO que tanto apaixonou a geração que jogou no início dos anos 2000.