The Shannara Chronicles: magia, fantasia e uma blogueira em cima do muro

Se tem uma coisa que me faz realmente me tornar fã de uma série é quando ela me dá a sensação de que o mundo fantasioso em que a série acontece é mais legal do que o mundo em que a gente vive, na realidade. E ainda não sei dizer se Shannara Chronicles, seriado criado a partir da série literária Shannara de Terry Brooks, me proporcionou isso.

The Shannara Chronicles: Reflexões Existenciais em Cima do Muro

Não seria toda maratona uma tentativa inconsciente de fuga da realidade? Não seriam momentos em que estaríamos deixando nossos problemas de lado e contemplando novos e mais incríveis problemas (os problemas fictícios dos personagens)?

Verdade que, a partir do momento em que nos tornamos grandes fãs da série e shippamos, torcemos, choramos e urramos de ódio para a telinha, deixamos de lado a tentativa de fuga e apenas cedemos ao padrão humano de problematizar as coisas. Case in point: eu “problematizando” maratonas neste artigo… 😛

Mentira, sou a maior defensora das maratonas, sejam como fuga, sejam como projeção inconsciente da fantasia que você gostaria de viver em sua vida. E dependendo da motivação por trás da sua paixão por séries e filmes, pode ser que The Shannara Chronicles seja justamente a prescrição que o médico passou.

The Shannara Chronicles - Ellcrys a árvore-prisão

Ellcrys, a árvore-prisão

Para quem não conhece a série de livros de Terry Brooks, The Shannara Chronicles, a série, conta a história da princesa Amberle, que recebe mensagens intuitivas de Ellcrys, árvore mística que serve como prisão para todos os demônios do realm. Cada uma das folhas de Ellcrys é um demônio aprisionado e, conforme a história começa, descobrimos que Ellcrys está doente e suas folhas estão caindo, libertando, uma a uma, demônios doidinhos para transformar o enredo mágico e fantástico em um plot cheio de affs.

Em um segundo núcleo, conhecemos um rapaz mestiço de humano e elfo versado na cura natural, que perde sua mãe para uma doença que não conseguiu curar. Frustrado com a culpa de não ter podido salvar sua mãe, o meio-elfo Wil decide abandonar o local onde vive para ir atrás de um druida misterioso, a quem sua mãe, no leito de morte, orientou que procurasse. Mal sabe ele que esse tal druida, até então, era dado como morto pelas Quatro Terras.

Em um terceiro núcleo, apresentado durante a jornada de Wil, conhecemos Eretria, uma humana que vive à revelia com um bando de “rebeldes”, chamados rovers. De início, a personagem é apresentada como uma possível vilã, mas, com o passar dos episódios, seu papel é transformado.

What the hell do I know?!

Meu primeiro contato com The Shannara Chronicles foi por acaso: estava ouvindo uma playlist no YouTube da trilha de Shadowhunters, composta, em grande parte, por músicas da cantora Ruelle. Eis que, entre as faixas da cantora, estava uma chamada Until We Go Down, com uma imagem que continha o título da série. “Shannara Chronicles? Parece interessante.” Após uma rápida googlada, fiz uma anotação mental para assistir em breve.

Alguns meses depois, entro nas minhas recomendações da Netflix e me deparo com a primeira temporada de The Shannara Chronicles, recém adicionada à plataforma. Quis cair dentro logo, mas confesso que, antes de começar a assistir, dei uma rápida pesquisada na internet.

The Shannara Chronicles - não parece cenário de MMORPG? *.*

Baixo orçamento? #wtf Não parece um cenário de MMORPG? *.*

O primeiro artigo que li reclamava do “baixo orçamento” da série, prejudicando cenários e a parte gráfica. Agora, depois de ter assistido à série, só tenho uma coisa a dizer: eu, aparentemente, não devo saber do que estou falando. Porque, na minha singela e não-solicitada opinião, os cenários incríveis da série parecem ter saído do mais lindo MMORPG que você já tenha jogado. Os efeitos podem não ser dignos das maiores premiações, mas confesso que não me incomodaram. Se isso foi o que eles fizeram com “baixo orçamento”, PELO AMOR DE DEUS, alguém aumenta o orçamento desse seriado, porque o treco vai ficar BIZARRAMENTE MARAVILHOSO! :O

Gravada na Nova Zelândia (o que já parcialmente justifica os lindos cenários), a série já foi renovada para a segunda temporada, então você não precisa se preocupar em se apaixonar e ficar a ver navios após um cancelamento prematuro. E olha que a primeira temporada acaba com um mega cliff-hanger e, embora a segunda temporada já esteja sendo gravada, o destino de alguns personagens ainda parece estar no ar…

The Shannara Chronicles - cenários lindos

A Nova Zelândia já tem mesmo cenários lindos!

Shannara: Os pontos altos

Meu saldo final quanto à série foi positivo o suficiente para eu estar ansiosa pelo lançamento da próxima temporada. E algumas coisas realmente se destacaram muito na minha experiência como espectadora. São elas:

  • Fiquei muito satisfeita com a escolha geral do elenco. Austin Butler é simplesmente uma graça e conseguiu me fazer esquecer completamente de Sebastian Kydd (The Carrie Diaries), com sua excelente atuação como Wil. Fiquei surpresa, especialmente, nas cenas dramáticas. Poppy Drayton ficou ótima como Amberle (amei esse nome, por sinal), principalmente nas cenas mais épicas, em que colocava maior emoção na atuação. Ivana Baquero, a Eretria, se destacou nos leves toques cômicos (mais alguém acha que ela parece a irmã mais nova de Elisha Cuthbert?? Não?? Só eu?… Ok.).
  • Adoro séries que misturam uma boa história com a magia e o fantástico. As crônicas de Shannara combinam mágica, destino, bons personagens, uma bela cena de batalha e um vilão a la Voldemort.
  • A atuação de Manu Bennett como Allanon traz muita intensidade à história. É claro, Manu Bennett é especialista em intensidade, como já nos provou como o Crixus de Spartacus e como Slade Wilson, em Arrow.
  • A trilha sonora está simplesmente maravilhosa, no geral, com destaque para a música tema (e qualquer outra música da Ruelle que pinte na sua playlist, vai na fé).
  • E, por falar em Shadowhunters, se tem outra coisa além da Ruelle que também vemos em comum com The Shannara Chronicles é a presença do (já clichê) triângulo amoroso. Se você gosta da clássica guerrinha entre ships e de uma troca de casais pra dar aquela variada, coloque esse seriado em sua lista.

Tá, mas você recomenda ou não, afinal, The Shannara Chronicles?

Se você assiste a séries para fugir da realidade, The Shannara Chronicles lança você a um futuro tão distante que as carcaças de carros que eventualmente aparecem nas cenas são verdadeiros mistérios para os personagens. Estamos falando de uma época em que nossa realidade atual deu TÃO errado, mas foi TÃO xibuzenta, que o mundo como o conhecemos simplesmente não existe mais.

Agora, se você assiste como fuga dos problemas e espera que seja uma série bonitinha e gostosinha e fantasiosinha, alto lá. Para pessoas com nervos à flor da pele (tipo eu o/), The Shannara Chronicles pode ser uma série relativamente estressante. Principalmente para mim, que tinha acabado de concluir uma maratona de 5 séries de comédia… Em Shannara Chronicles, é tudo tão difícil, dá sempre tanto xibu, que você deve assistir com o coração preparado. Não é conto da carochinha não, é uma série de aventura e desafios e a coisa aperta em praticamente todos os momentos. O romance e os cenários são a forma de amenizar a tensão… 😛

Mas se você gosta de uma série que faça você torcer à beirada do sofá, sentir a emoção estilo estádio de futebol e insultar os personagens como se eles pudessem ouvir… Essa série é pra você. 😉

E aí, pretende dar uma chance à história? Gosta de séries com pegada épica, passadas em cenários fabulosos? Já ouviu a trilha sonora da série? (Senão, vá ouvir AGORA!) Conta pra gente nos comentários.

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Nerd: Analuísa Bessa

Analuísa (tudojunto) Bessa. Freelaholic, terapeuta holística, nerd inveterada e colecionadora de revistinhas da Turma da Mônica (é isso aí mesmo, porque estar chegando aos 30 NÃO vai me limitar).

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